Interpol prende 83 por esquema de US$ 260 milhões em criptomoedas
As autoridades internacionais estão em alerta total sobre o uso de criptomoedas no financiamento de atividades ilícitas. A Interpol, em parceria com a Afripol, anunciou a identificação de US$ 260 milhões em criptomoedas e moedas tradicionais obtidas de forma ilegal. Isso faz parte da Operação Catalyst, uma ação conjunta que visa combater o financiamento do terrorismo e as redes de crimes cibernéticos na África.
Durante essa operação, que ocorreu entre julho e setembro deste ano, 83 pessoas foram presas em diversos países africanos. Dessas, 21 foram detidas relacionadas ao financiamento de terrorismo, 28 por fraudes e lavagem de dinheiro, 16 por esquemas de golpe online e 19 por uso irregular de ativos digitais. Até agora, foi possível apreender cerca de US$ 600 mil desse total sinalizado.
Crime com Criptomoedas
Informações levantadas a partir de colaborações com empresas como Binance, Moody’s e Uppsala Security revelaram que muitos crimes associados a essa operação estavam diretamente ligados a criptomoedas. Um caso notório envolveu um esquema Ponzi que se disfarçava de corretora legítima e acabou lesando mais de 100 mil vítimas em pelo menos 17 países, incluindo Nigéria, Camarões e Quênia, totalizando um prejuízo de US$ 562 milhões.
Além disso, algumas das carteiras digitais envolvidas nesse escândalo foram apontadas como “potencialmente ligadas” a atividades de financiamento do terrorismo. Outro incidente, dessa vez no Quênia, tratou de uma tentativa de lavagem de dinheiro que utilizava um serviço legítimo de ativos virtuais, de identidade ainda não divulgada. Até o momento, 12 suspeitos foram identificados e duas pessoas foram presas.
A Binance, através de sua equipe de investigações, colaborou com as autoridades fornecendo dados e recursos que auxiliaram na identificação de fluxos financeiros relacionados a criptomoedas. Eles têm atuado como parceiros valiosos para as forças de segurança em várias regiões da África.
Criminalidade com Criptomoedas na África
Esse aumento na cooperação entre corretoras de criptomoedas e agências de segurança indica que as criptos estão se tornando uma ferramenta comum no cenário criminal africano. A Interpol destacou que à medida que a popularidade das criptomoedas cresce, os crimes associados também aumentam. Um relatório recente destacou que dois terços dos países africanos identificaram crimes cibernéticos como uma parte significativa dos delitos registrados.
Particularmente, a Nigéria tem enfrentado um crescimento alarmante de fraudes relacionadas a criptomoedas. Autoridades locais relataram que políticos corruptos têm utilizado criptomoedas para esconder bens ilícitos.
O especialista da Interpol reforçou que, embora as criptomoedas estejam sendo cada vez mais utilizadas por criminosos, elas não dominam todas as formas de pagamentos ilegais. Muitas fraudes ainda envolvem métodos tradicionais, como transferências bancárias convencionais ou sistemas de vale-presente.
Essas movimentações reforçam a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o uso de criptomoedas, especialmente considerando que esse cenário pode se intensificar com o tempo.





